quarta-feira, 4 de abril de 2012

ENFERMEIRA ACUSADA DE APLICAR POLIMETILMETACRILATO EM MULHERES DEVE SER INDICIADA


Presa na sexta-feira (30) acusada de aplicar uma mistura contendo polimetilmetacrilato em mulheres que pretendiam aumentar as nádegas, a enfermeira Fernanda Ouverney Valente deve ser indiciada sob suspeita de exercício ilegal da medicina.



Pelo menos três pacientes sofreram lesões sérias após as aplicações e foram internadas em estado grave em hospitais cariocas.

De acordo com o delegado Alexandre Ziehe, da 64ª DP (São João do Meriti), Fernanda deve ser indiciada também sob suspeita de lesão corporal e por alterar produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais. No sábado, a enfermeira foi solta pela Justiça, por ter emprego fixo.

O polimetilmetacrilato (a marca mais conhecida no mercado é Metacrill) é uma substância sintética usada como preenchedor para procedimentos estéticos, mas seu uso é controverso entre médicos. Não é recomendado o uso em grandes quantidades porque há risco ocorrerem efeitos colaterais como inflamações crônicas e dores.

Pelas três aplicações, a enfermeira recebeu R$ 1.800 de cada paciente. Outra mulher suspeita de ter ajudado Fernanda também pode ser indiciada.

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, duas vítimas deram entrada em estado grave no hospital Albert Schweitzer, no dia 15 de março. Elas foram internadas depois de uma aplicação e, ontem, apresentavam quadro estável.

Desde então, elas são submetidas a procedimentos de limpeza e tratamento dos tecidos afetados pela substância.

A terceira paciente foi internada no domingo, também em estado grave, no Hospital Geral da Polícia Militar. Ela deixou o CTI (Centro de Terapia Intensiva) ontem.

INVESTIGAÇÃO

Em depoimento na 64ª DP (São João do Meriti), Fernanda admitiu que usou Metacrill nas pacientes.

O delegado vai ouvir nos próximos dias os responsáveis pela venda do produto. De acordo com o delegado, uma grande quantidade foi apreendida na casa dela. Um pediatra que tem o nome impresso em embalagens apreendidas também será ouvido pela polícia.

Segundo o delegado, documentos e receitas encontradas na casa podem revelar a participação de médicos no esquema de compra de medicamentos usados irregularmente.

O advogado de Fernanda não foi localizado ontem para comentar o caso.

A enfermeira foi convocada pela Comissão de Ética do Coren-RJ (Conselho Regional de Enfermagem) para depor sobre a investigação.

FONTE: FOLHA

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