quarta-feira, 4 de abril de 2012

HIPERTENSÃO DO AVENTAL BRANCO X EFEITO DO JALECO BRANCO


A Revista Brasileira de Medicina (Dez 11 V 68 N 12) publicou um ótimo artigo sobre Hipertensão Arterial e baseado nele comentamos o conhecido fenômeno da hipertensão do avental branco e outras situações que levam a perguntas constantes no varejo farmacêutico.
Sempre defendi junto aos graduandos de farmácia que o conhecimento básico de algumas doenças é essencial para a sobrevivência no varejo farmacêutico, pois os clientes questionam muito mais sobre doenças do que sobre medicamentos. Assim, devemos ter conhecimentos básicos sobre as doenças e tratamentos (farmacoterapêutica) para inicialmente orientar estes pacientes e convencê-los, se necessário, da necessidade da consulta médica para uma análise mais aprofundada da patologia.
Existem pacientes que apresentam valores normais de pressão arterial quando aferidos em casa ou mesmo na drogaria, porém estes valores elevam-se quando medidos no consultório médico. Este fenômeno denomina-se hipertensão do avental branco e atinge aproximadamente 15 % dos pacientes.
Em relação ao efeito do jaleco branco, tem-se uma diferença essencial: no efeito do jaleco branco, o paciente é hipertenso, tem valores de PA altos e estes valores aumentam quando aferidos no consultório. Veja que no exemplo da hipertensão do avental branco, tem-se valores normais quando medidos em casa ou na drogaria. O efeito do jaleco branco mostra hipertensão também quando medida no domicílio ou na drogaria, e estes valores da pressão arterial aumentam quando aferidos no consultório.
Segundo os especialistas, deve-se suspeitar do efeito do jaleco branco quando os pacientes apresentam valores contínuos de hipertensão arterial, mesmo com uma farmacoterapêutica sólida, correta e sem lesões previstas nos órgãos-alvo como rins, cérebro, etc.
Existe ainda uma terceira situação, que é oposta ao efeito do jaleco branco. Neste caso, os valores aferidos da pressão arterial são normais quando medidos no consultório, porém mais elevados quando medidos por um aparelho automático ao longo de 24 horas, durante atividades habituais do indivíduo, a conhecida MAPA ou monitorização ambulatorial da pressão arterial. Esta hipertensão chama-se “hipertensão mascarada”, apresenta riscos similares de lesão nos órgãos-alvos e por isso estes pacientes com “hipertensão mascarada” devem ser acompanhados com frequência pelo médico.

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