Cresce no Brasil o debate sobre qual destino dar aos medicamentos que não são usados pela população. Uma coisa é certa: jogar medicamentos no lixo comum ou no esgoto é um risco para o meio ambiente e para a saúde. Por isso, crescem o número de postos de coleta e a discussão de medidas normativas para realizar o descarte.
Segundo Gustavo Trindade da Silva, chefe da unidade técnica de regulação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), entre 10 mil e 28 mil toneladas de medicamentos são jogados fora pelos consumidores a cada ano. E medicamentos jogados no lixo ou no esgoto, afirma Silva, podem poluir o solo e a água e trazer risco para o ambiente e para as pessoas. Apedar disso, a maioria das cidades não têm incineradores ou aterros adequados para fazer o descarte correto, ainda que a população faça sua parte.
O descarte em discussão
No Brasil, não existe uma determinação sobre como realizar o descarte de medicamentos. Remédios de venda controlada devem ser entregues em locais autorizados pela Anvisa, como postos de saúde e das vigilâncias municipais. A Anvisa tem buscado, segundo Silva, tornar viável a instalação de postos de coleta em todos os locais onde o consumidor adquira remédios.
Em São Paulo, duas grandes redes de farmácias e todas as Unidades Básicas de Saúde da capital já aceitam os remédios trazidos pela população. Outros Estados têm iniciativas similares. Mas a criação desses postos é voluntária. Farmácias e hospitais não são obrigados a recolher medicamentos, nem consumidores são obrigados a levá-los para a coleta.
Essas responsabilidades são alvo de debate. Um grupo de representantes de organizações de defesa do consumidor, governo e indústria discute qual é a melhor forma de fazer o descarte.
Também a Câmara dos Deputados está empenhada em debater esse tema. Em 03 de agosto, a Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara aprovou o Projeto de Lei 595/11, que institui regras para o descarte de medicamentos. Pela proposta, farmácias, drogarias e postos de saúde serão obrigados a receber da população medicamentos, vencidos ou não, e os devolverão ao laboratório que os produziu para que este promova o descarte. Leia mais aqui.
Segundo Sergio Mena Barreto, presidente da Abrafarma (associação de redes de farmácias), a coleta, como é feita hoje, é cara demais. "Só em São Paulo há 16 mil farmácias. É preciso um sistema que atenda todas elas."
Excesso de medicamentosO problema do descarte seria menor se as pessoas não guardassem tantos medicamentos em casa. Esse tema também será discutido pelo grupo reunido pela Anvisa. Para Gustavo Trindade Silva, uma das causas do acúmulo de medicamentos é a dificuldade de implantar o fracionamento. "Os consumidores também precisam evitar a automedicação. Eles gastam mais e expõem sua vida a risco."
FONTE: PORTAL EDUCAÇÃO
Nenhum comentário:
Postar um comentário