RIO - Pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, descobriram como a adição de moléculas de gordura a proteínas pode influenciar nas funções cognitivas do cérebro, incluindo o aprendizado e a memória.
Quando se aprende algo, explica o neurocientista Richard Huganir, chefe da pesquisa, certas transmissões cerebrais são fortalecidas e outras, inibidas, o que leva o cérebro a esculpir uma espécie de circuito neural. A memória nada mais é do que usar este caminho de novo.
Disto isto, a equipe conseguiu desvendar, pela primeira vez, como uma proteína é capaz de alterar uma outra neste mecanismo de formação de um circuito neural. Esta alteração é possível por meio de moléculas de gordura, o que representa um novo passo em direção ao entendimento sobre como memórias são mantidas. Tal achado pode dar um caminho na busca pelo tratamento de doenças como o Alzheimer e a esquizofrenia.
Durante o estudo do mecanismo formador da memória, os cientistas — que publicaram a pesquisa na revista “Neuron” — deram foco em um dos vários meios em que uma molécula de gordura é capaz de “etiquetar” uma proteína. E dar etiqueta a uma proteína significa poder mapear qual será seu destino dentro de uma célula. A equipe de cientistas estudou especificamente a proteína chamada de DHHC5, aquela com capacidade de levar a “etiqueta” de gordura até uma outra proteína, ou seja, de esculpir o caminho dentro do cérebro até determinada informação.
— Um dia, seremos capazes de inibir ou ativar essas proteínas. Essas moléculas de gordura estão envolvidas na mediação de tudo o que ocorre no cérebro, todo o comportamento - disse o neurocientista.
FONTE: O GLOBO
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