quarta-feira, 2 de maio de 2012

CIENTISTAS ENCONTRAM AMOSTRA MAIS ANTIGA DE SANGUE HUMANO



Um grupo de cientistas anunciou a descoberta das amostras de sangue humano mais antigas já encontradas. Em estudo publicado nesta quarta-feira na revista Royal Society, os pesquisadores revelam ter identificado glóbulos vermelhos conservados no corpo mumificado de Otzi, descoberto em 1991 em uma geleira entre Áustria e Itália. 
A múmia, muito bem conservada pelo gelo, continha tecidos intactos ao ser descoberta, e inclusive elementos do sistema nervoso, mas estudos anteriores não tinham conseguido detectar nenhum rastro de sangue. O DNA de Otzi foi sequenciado em março desde ano.
A princípio, os pesquisadores que estudaram o corpo de Otzi pensaram que seu sangue tinha sido destruído com a passagem do tempo, até que estudos mais profundos revelaram rastros de resíduos sanguíneos em suas numerosas feridas.
"Até o momento, não se sabia por quanto tempo o sangue podia sobreviver e sobretudo como seriam as células sanguíneas tão antigas", explicou o antropólogo Albert Zink.
Com um microscópio de alta precisão, os cientistas examinaram amostras extraídas da ferida que Otzi tinha na mão direita e de outra causada por uma flecha na omoplata, osso do tórax.
Os pesquisadores encontraram três estruturas com forma de disco côncavo, formato típico dos glóbulos vermelhos contidos no sangue humano.
"Sua morfologia não mostrava nenhum sinal de degradação, de danos ou de desordem" o que indica, segundo os investigadores, que "os glóbulos vermelhos foram preservados durante mais de 5 mil anos nos tecidos feridos da múmia."
Posteriormente, os pesquisadores submeteram as amostras a um método para detectar a composição molecular e descobriram que o material encontrado nas feridas de Otzi era similar ao encontrado em glóbulos vermelhos humanos.
Os pesquisadores notaram, no entanto, uma leve diferença nos glóbulos vermelhos de Otzi, que poderia ser explicada pelo fato de que os ferimentos teriam começado a coagular.
"Essa observação confirma que Otzi sofreu múltiplos ferimentos antes de sua morte", descartando a hipótese de uma morte súbita.
No estudo, os autores ressaltam a importância da descoberta explicando que a análise de amostras de sangue são amplamente usadas pela ciência forense na análise de cenas de crime.
OTZI
Otzi foi encontrado por um casal de alpinistas alemães em uma geleira dos Alpes de Ötztal, na fronteira da Áustria com a Itália, em 1991. O homem foi morto provavelmente por um ferimento no ombro causado por uma flecha, há 5.300 anos. Otzi — nome dado em homenagem ao local em que foi encontrado — viveu no período conhecido como Idade do Cobre, situado cronologicamente entre o Neolítico e a Idade do Bronze, que compreende os anos entre 2.500 e 1.800 a.C.
FONTE: VEJA


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