quarta-feira, 6 de junho de 2012

CAMPANHA FALSA DE VACINAÇÃO DA CIA LEVA A SURTO DE PÓLIO


A falsa campanha de vacinação lançada pela CIA no Paquistão para capturar Osama Bin Laden causou um surto de casos de poliomielite (paralisia infantil) no país - um dos três estados do mundo onde a doença continua endêmica. Agora, os paquistaneses desconfiam das vacinas, classificadas como ‘veneno do Ocidente para mutilar as crianças muçulmanas’.
Foi descoberto no ano passado que o médico Shakeel Afridi, recentemente sentenciado a 33 anos de prisão por ajudar o grupo militante Lashkar-e-Islam (em um primeiro momento falou-se em pena por traição pela ajuda aos EUA), lançou uma campanha falsa de vacinação em Abbottabad para coletar o DNA dos moradores do bunker de Osama, o que levou a CIA até ele. Desde então, os paquistaneses não acreditam mais nas vacinas. "O incidente com o doutor Afridi definitivamente impactou não somente nossas vacinações de pólio, como outros programas de vacinações também", disse à rede CNN o doutor Arshad Ahmad Khan, que atende na região de Abbottabad.
"As gotas de pólio destroem o esperma", disse o paquistanês Alem Zeb à CNN. "É uma campanha do Ocidente para mutilar as crianças muçulmanas e escravizar e destruir os muçulmanos", justificou. Os departamentos de saúde, então, recrutaram líderes religiosos para acompanhar os seus funcionários de porta em porta e convencê-los de que a campanha não é um plano mirabolante do Ocidente para destruir os muçulmanos.
Doença - Apesar da iniciativa ter reduzido o número de casos de pólio este ano, com apenas 11 registrados até agora (comparado aos 36 do ano passado), ao menos 95% das crianças paquistanesas precisam ser imunizadas no país, sendo que as gotas orais precisam ser administradas várias vezes para a imunização total.
No ano passado, foram registrados 198 casos de poliomielite no Paquistão, a taxa mais alta em 15 anos e a maior do mundo, segundo a Iniciativa Global de Erradicação de Pólio (GPEI), um programa sustentado pela Organização de Saúde Mundial, pelo Fundo para Crianças das Nações Unidas (UNICEF) e pelo Rotary Internacional.
As crianças com menos de cinco anos são mais vulneráveis à doença, que é disseminada por um vírus e leva à paralisia infantil, ou até à morte. Desde que uma campanha mundial de vacinação foi lançada em 1988, o número de casos diminuiu consideravelmente no mundo, com exceção de Paquistão, Nigéria e Afeganistão.
FONTE: VEJA

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