quinta-feira, 12 de abril de 2012

AR COMPRIMIDO TERIA MATADO 13 EM UM MESMO LEITO DE HOSPITAL DE DF


Treze pacientes que ocuparam o mesmo leito de um hospital no Distrito Federal morreram em circunstâncias que até hoje não tinham sido esclarecidas. Até hoje.
Em julho de 2011, o Hospital de Santa Maria, cidade a 30 quilômetros de Brasília, ganhou mais 34 leitos de UTI. Incluindo o “19”. Até janeiro, dezenas de pacientes ficaram no local.
Segundo médicos e enfermeiros, internados no leito 19 apresentavam sempre mais dificuldade de recuperação. Até que eles desconfiaram que o problema era nos tubos de oxigênio e de ar comprimido.
“Você vê no monitor o paciente saturando. E você não sabe por quê. Ele tem que estar recebendo oxigênio. Aí vai receber ar comprido? A gente corria, reanimava, pensando que era coisa do paciente que estava ruim mesmo. Mas o problema não estava nos profissionais e nem no aparelho de monitor. A gente constatou que o problema era na instalação”, lembra um homem que não quis se identificar.
Fotos mostram um paciente do leito 19 antes da constatação do problema.
“O paciente não conseguia, não estabilizava de forma alguma. Todo paciente que vinha para esse leito era problemático”, conta uma testemunha.
A troca de tubulação só foi confirmada seis meses depois da inauguração da nova UTI. Um relatório do próprio hospital confirma que a tubulação do leito 19 foi invertida. O leito foi bloqueado.
Em outro documento, um diretor da Secretaria de Saúde do Distrito Federal pede à empresa que administra os leitos de UTI um relatório com a causa de morte de 13 pacientes que passaram pelo leito.
O diretor administrativo do Hospital Santa Maria, Ivan Rodrigues, acredita que as 13 mortes ocorreram em decorrência da troca da tubulação.
“Se está colocando ar comprimido, ar de colocar no pneu do carro, para paciente... Oxigênio é 100% oxigênio. Ar comprimido é ar comprimido. Então não tem como dizer que o paciente não morreu por causa disso”, afirmou.
O secretário adjunto de Saúde do Distrito Federal, Elias Fernando Miziara, disse que a secretaria tem conhecimento de cinco mortes no leito 19. Segundo ele, nenhuma delas por causa da tubulação. Ele disse, ainda, que vários pacientes que foram internados nesse leito não tiveram qualquer tipo de problema. Segundo Miziara, o diretor administrativo do Hospital de Santa Maria foi exonerado nesta quinta e vem respondendo a processos administrativos. 
FONTE: GLOBO

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