quarta-feira, 25 de julho de 2012

EM 34 ANOS, MAIS DE 5 MILHÕES DE BEBÊS NASCERAM POR FERTILIZAÇÃO IN-VITRO


Na foto: à esquerda, o Dr. Robert Edwards segurando o primeiro bebê de proveta e (à direita) Patrick Steptoe.

processo de fertilização in-vitro (IVF) é um grande marco na história da ciência e da medicina. Desde o primeiro caso de sucesso, em 1978, a prática proporcionou o nascimento de cerca de 5 milhões de bebês, segundo dados da organização International Committee Monitoring Assisted Reproductive Technologies (ICMART). Só nos Estados Unidos, 1 em cada 100 bebês é gerado com a ajuda do método.
Mas não foi sempre assim. Em 1984, apenas 350 crianças nasceram por meio de IVF, e somente em 2001 a marca de 1 milhão de nascimentos foi atingida. De lá para cá, o tratamento se tornou mais popular: hoje, são cerca de 350.000 nascimentos por meio do processo por ano. E para entender a importância disso tudo, basta olhar a estimativa da Organização Mundial de Saúde: entre 10 e 15% dos casais em idade reprodutiva sofrem de infertilidade.
O problema é que Lesley tinha as tubas uterinas (antigas trompas de Falópio) bloqueadas, o que tornava a gravidez natural impossível. Em 1976, ela ouviu falar de uma nova pesquisa e foi encaminhada ao Dr. Patrick Steptoe e ao professor Robert Edwards, que a convenceram a tentar o procedimento experimental. Apesar de, na época, outras mulheres também terem participado do experimento, Lesley se tornou o centro das atenções por ser a primeira a atingir uma gravidez com mais de algumas semanas.Era o caso da inglesa Lesley Brown, a primeira mulher a dar à luz por causa de um tratamento de fertilização in-vitro, em 25 de julho de 1978. 30 anos depois, ela contou que estava tão desesperada para ter um bebê que estava disposta a fazer qualquer coisa. Afinal, ela e seu marido haviam tentado de tudo para ter um filho durante nove anos.
Com tanta atenção da mídia e da sociedade em geral, os médicos e a família passaram a se preocupar com a segurança da criança. “Nós estávamos preocupados que ela fosse perder o bebê, porque a imprensa estava perseguindo o casal por toda Bristol, onde eles moravam”, disse Robert Edwards em entrevista. Para resolver a questão, Patrick Steptoe teve que esconder Lesley em seu carro e a levar para a casa de sua mãe, em Lincoln. Deu certo. A menina inglesa Louise Joy Brown nasceu com saúde e hoje completa 34 anos.
Apesar de todo esse histórico, o tratamento de fertilização in-vitro continua sendo polêmico, especialmente entre grupos religiosos. E você, o que acha sobre o assunto?

Qual a diferença entre fertilização e inseminação?




Basicamente, o que difere a fertilização da inseminação é a maneira como os óvulos são fecundados. 
inseminação artificial consiste em injetar espermatozoides diretamente no útero da mulher e então fecundar o óvulo e gerar o feto. Para potencializar as chances de isso acontecer, a paciente toma uma medicação à base de hormônios, como o HCG, que estimula a ovulação. O sêmen do parceiro é colhido em laboratório e os espermatozoides com maior mobilidade, que têm mais potencial de criar bebês, são separados e injetados no útero. Aí é só torcer para a gravidez vingar.


Já a fertilização in vitro é um procedimento mais complexo. Ela é indicada quando as tubas uterinas, canais que ligam os ovários ao útero, originalmente chamados trompas de falópio, são obstruídas, impedindo a fertilização natural. O tratamento começa com injeções diárias à base dos hormônios usados no procedimento da inseminação. Depois, o médico realiza o ultrassom transvaginal, em que um pequeno bastão envolto com camisinha e gel lubrificante é introduzido na vagina. Ele extrai entre 1 e 3 óvulos, que vão para o laboratório. Lá, ficam em uma estufa com 100 mil espermatozoides (uma mixaria, já que a ejaculação normal tem de 40 a 100 milhões de células reprodutivas). Depois de 24 horas, um espermatozoide fecunda um óvulo e bingo: temos um bebê a caminho. Mas nem sempre a técnica funciona: 40% das tentativas dão certo (o que é muito: a taxa de fertilização dos humanos é de 15 a 20%). Só então o embrião é transferido para o útero, onde irá se desenvolver.

O passo a passo do novo bebê
fertilização é mais complicada, mas tem mais chances de dar certo

Fertilização in vitro

- Em todo o mundo, a OMS estima que existam 3 milhões de bebês de proveta (feitos em laboratório). A técnica foi criada em 1978 pelo embriologista britânico Robert Edwards, que em 2010 recebeu o prêmio Nobel de medicina.

- Os espermatozoides e os óvulos ficam em uma estufa que simula o ambiente interno de uma tuba uterina, onde ocorre a fertilização na gravidez normal.

- Em outra técnica de fertilização, um aparelho injeta um espermatozoide em cada um dos 8 a 12 óvulos normalmente usados. Só então o embrião é transferido para o útero. A prática é indicada quando o homem tem uma quantidade muito baixa de espermatozoides.

Inseminação artificial

- O tratamento é indicado principal­mente quando o espermatozoide não alcança o útero naturalmente devido à baixa mobilidade.

- Os médicos acompanham a paciente fazendo uma ultrassonografia transvaginal a cada 3 dias. Quando um ou mais folículos (estrutura que abriga o óvulo) passam de 18 mm de diâmetro, é hora de estimular a ovulação.

- 5 milhões: é o número mínimo de espermatozoides necessários para serem injetados no útero. A chance de gravidez é de cerca de 15% - menor do que a in vitro, que fica em torno de 40%.

Fontes Flávio Garcia de Oliveira, ginecologista e diretor da clínica de fertilidade FGO. Luis Fernando Dale, ginecologista da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana. Paulo Gallo, especialista em reprodução assistida e diretor médico do Vida - Centro de Fertilidade da Rede D'Or.


FONTE: SUPER INTERESSANTE

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